Um dos seguidores mais apaixonados do ex-presidente Jair Bolsonaro, em cuja gestão foi líder do governo na Câmara dos Deputados, o major Vitor Hugo estranhamente não deu as caras nas campanhas de Fred Rodrigues e Professor Alcides, respectivamente candidatos a prefeito de Goiânia e Aparecida de Goiânia.
Candidato a governador em 2022 e vereador mais votado na capital goiana em 2024, Vitor Hugo não participou dos eventos políticos de Fred e Alcides, nem mesmo naqueles que contaram com a presença ruidosa de Bolsonaro. É verdade que foi visto em algumas carreatas da campanha de Márcio Corrêa em Anápolis, mas de maneira discreta, sem nenhum protagonismo.
A participação discretíssima e até mesmo silenciosa de Vitor Hugo no segundo turno em Goiânia, Aparecida e Anápolis teria a ver com a sua insatisfação diante dos rumos que o PL tomou em Goiás. Comenta-se nos bastidores que discorda frontalmente das decisões tomadas pelo senador e presidente estadual da legenda, Wilder Morais, e pelo deputado federal Gustavo Gayer, hoje as vozes dominantes da extrema direita bolsonarista Goiás
Sabe-se que Vitor Hugo defendeu internamente na legenda uma aliança com o governador Ronaldo Caiado, com quem mantém bom trânsito político. Num eventual acordo com Caiado em Goiânia e Aparecida, o PL ficaria com uma das duas candidaturas a senador da chapa governista em 2026, que poderia ser ocupada tanto pelo próprio Vitor Hugo como por Gustavo Gayer.
Diante do impasse, Vitor Hugo teria se retirado da cena política do segundo turno para não se desgastar, preferindo acpmpanhar os acontecimentos à distância e não se envolver na radicalização de ânimos que tomou conta do ambiente da direita em Goiás, especialmente na seara do “bolsonarismo arroz com pequi”.
Com PL amargando o leite derramado na derrota humilhante imposta por Caiado, a pergunta que agora se faz é como vai ser comportamento político de Vitor Hugo daqui para frente.