Brasil, 22 de novembro de 2024
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Ministério Público pedirá 84 anos de penas para executores da morte de Marielle

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A partir das 9h desta quarta-feira (30), os ex-policiais Ronnie Lessa, ex-sargento da Polícia Militar, e Élcio Queiroz, expulso da corporação, serão julgados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O crime, ocorrido em 14 de março de 2018, chocou o país e será julgado pelo IV Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. A acusação será conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual, que solicitará a pena máxima de 84 anos de prisão para cada réu, considerando os agravantes.

Os dois ex-policiais enfrentam acusações de duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e receptação do veículo Cobalt, utilizado no ataque. Lessa e Queiroz foram presos em março de 2019, na Operação Lume, uma ação conjunta entre o Ministério Público e a Polícia Civil.

Para o julgamento, foram convocadas 21 pessoas da sociedade, entre as quais sete serão sorteadas para compor o júri popular. Durante todo o processo, os jurados permanecerão incomunicáveis e terão hospedagem em instalações do Tribunal de Justiça, sob restrições de contato externo.

O Ministério Público planeja ouvir sete testemunhas importantes para reforçar a acusação. Entre elas, está a jornalista Fernanda Chaves, única sobrevivente do atentado, que estava no carro com Marielle e Anderson. Também serão ouvidos familiares das vítimas e dois policiais civis envolvidos na investigação.

O processo que levou à prisão dos réus é extenso, composto por 13.680 páginas, 68 volumes e 58 anexos, refletindo a complexidade do caso. Lessa será ouvido por videoconferência direto do Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, enquanto Élcio participará desde o Complexo da Papuda, presídio federal em Brasília.