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Goiás

Tayrone candidato a deputado? Veja cinco fortíssimos motivos para não votar nele

Publicado em atualizado em 09/02/2022 às 06:35

O ex-vereador Tayrone di Martino construiu carreira no jornalismo. Suas primeiras aparições em plenário ocorreram há cerca de 15 anos, mas com o microfone na mão. Era garoto que queria se afirmar como repórter de TV de um obscuro canal cujo sinal é de curto alcance. Sempre aparentou ser mais jovem do que é, e por isso batalhou muito para conquistar credibilidade e respeito dos vereadores.

Ainda como jornalista de um canal de TV pequeno, conseguiu uma vaga na assessoria de imprensa da basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade. Com o perdão do trocadilho, o cargo foi a sua redenção. Barganhou um emprego de assessor de imprensa do prefeito de Goiânia na época, Paulo Garcia; aproximou-se do reitor da Basílica, padre Robson, e do então arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz; e com habilidade costurou sua candidatura a vereador com o apoio do Paço. Foi eleito com boa votação.

Esperava-se que Tayrone fosse uma revelação da política no Estado, mas não foi. Dali para frente, foi só para trás. A rápida ascensão cobrou um preço muito caro e Tayrone ocupou-se apenas em pagar a fatura da sua eleição: virou as costas para os professores, para os servidores públicos, para os eleitores, e, por fim, para o seu próprio partido e seus companheiros. Foi uma esculhambação.

Em 2022, o ex-vereador dá todos os indicativos de que será candidato a deputado estadual. O Brasil 24 Horas, sempre em defesa de causas justas e do bem da coletividade, arvora-se desde já em oposição ao projeto político do rapaz. E apresenta razões muito fortes para as quais o potencial eleitor de Tayrone precisa se atentar antes de votar nele.

Leia (mas leia com atenção):

  1. Denúncias cabeludas de extorsão que envolvem ele, a esposa e o padre Robson

Há um ano o Fantástico revelou o envolvimento de Tayrone di Martino do escândalo de desvios de recursos da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), que, segundo as investigações, teria sido liderado pelo Padre Robson.

Como está a apuração desre caso? Por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), proferida em 14 de dezembro de 2021, a apuração contra Robson e Tayrone, apesar das evidências, continua trancada.

Tayrone é acusado de extorquir Padre Robson para não revelar publicamente que o religioso tinha uma suposta relação amorosa com Thallita di Martino, esposa de Tayrone. Em troca do silêncio de Tayrone, o padre teria pago R$ 350 mil em recursos da Afipe. Para justificar a despesa, Robson informou tê-lo contratado para escrever uma biografia dele.

Depois dessa denúncia cabeluda, o ex-vereador e a sua esposa suspenderam as suas contas no Instagram, mas apostaram na memória curta do povo e já estão de volta.

2. Pouco confiável: era candidato a vice-governador em 2014 e largou a campanha

Ninguém no meio político confia em Tayrone. Há dois motivos sólidos para isso: o primeiro é que ele apunhalou pelas costas o seu padrinho político, o prefeito Paulo Garcia (que morreu sem entender porque Tayrone fez isso com ele), ao deixar o PT para ser secretário da administração do ex-governador Marconi Perillo (PSDB).

O segundo motivo foi a decisão de abandonar covardemente a chapa do candidato a governador Antônio Gomide (PT) na eleição de 2014 (mais precisamente no dia 1º de outubro) depois de ter assumido o compromisso de ser o vice e de cerrar fileiras com seus companheiros até o dia da eleição. Seus amigos (agora ex-amigos) jamais o perdoariam.

3. Desrespeito à religião do prefeito Rogério Cruz

No dia 5 de fevereiro de 2022, o ex-vereador atacou de forma desrespeitosa a religião do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, no Twitter. Citando um bispo (que ele não disse quem e que talvez ele mesmo tenha criado), Tayrone disse que “o Deus dele [Rogério] é outro”.

Reportagem publicada pelo Diário da Manhã disse: “Nas redes, a mensagem foi interpretada como negativa e preconceituosa pela comunidade evangélica. O prefeito é da Igreja Universal. Tayrone também foi criticado por usar ‘Deus’ na política, já que faz críticas políticas ao gestor”.

4. Liberou estagiária para fazer vigília para Delúbio, segundo jornal

Em novembro de 2013, o então vereador Tayrone di Martino virou manchete no Jornal do Brasil, que o denunciou por liberar uma estagiária para participar de uma vigília em defesa de mensaleiros presos em frente ao presídio da Papuda, no Distrito Federal. Além dessa estagiária, segundo o jornal, havia também funcionários da administração do prefeito Paulo Garcia. “Tayrone não me manifestou a respeito do assunto. Ele não atendeu às ligações da reportagem do Jornal do Brasil”, disse o blog Goiás 24 Horas na época.

5. Foi chamado de “Trayrone” por professores

Tayrone foi eleito vereador pelo PT em 2012 com o apoio de professores da rede pública ligados ao partido, mas a lua de mel terminou menos de um ano depois. A fidelidade canina ao pior prefeito da história de Goiânia, Paulo Garcia (PT), transformou cada voto dado a Tayrone em aversão. O jovem, que ambicionava dar um salto na carreira e se eleger deputado federal, foi de revelação a decepção em um piscar de olhos.

O seu mandato foi inteiramente permeado por uma aridez crônica de ideias e projetos voltados ao bem-estar de quem votou nele. Não há registro de um único pronunciamento bem-feito, ou de uma iniciativa que merecesse o nome de “popular”. Ao pisar no terreno pantanoso da política, Tayrone deixou os seus pés afundarem até a altura dos joelhos e lá permaneceu, atolado e inerte, até que a sua passagem pouco marcante pela Câmara terminasse.

O leitor de boa memória vai se lembrar que, em 2013, os vereadores de Goiânia votaram contra o auxílio-locomoção de R$ 300 para professores, o que resultou na fatídica invasão do plenário da Câmara.

Os servidores da Educação – aqueles que robusteciam a antiga base eleitoral de Tayrone – tomaram de assalto o plenário do Legislativo, onde ficaram acampados por meses. Já não reconheciam mais no jovem vereador um aliado, mas sim um algoz. E tiveram a iniciativa de adulterar uma placa que trazia o nome dos vereadores daquela legislatura, rebatizando o velho conhecido deles como “Trayrone”.

Era uma referência à palavra “traíra” (aquela pessoa que promete uma coisa e faz outra).
Naquele dia, Tayrone (ou “Trayrone”) provavelmente percebeu que a sua carreira política havia naufragado em um oceano de erros. Mas, mesmo engrilhado nos seus equívocos, Tayrone até hoje não se desculpou com os professores. Pelo contrário. Ele até hoje se diz amigo da categoria e afirma que sempre defendeu os interesses dos educadores.