Brasil, 23 de novembro de 2024
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Política

Gayer usava verba pública para alugar imóvel para sua escola de inglês e loja de roupa do filho, diz PF

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A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 25, a operação “Discalculia”, que executou mandados contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e seus assessores. A investigação se concentra em supostos usos indevidos da cota parlamentar, além de possível envolvimento em atos antidemocráticos ocorridos no país.

Segundo documentos aos quais o portal Brasil24h teve acesso, Gayer estaria utilizando recursos públicos para custear um imóvel que, além de servir de gabinete político, abrigava tanto a escola de inglês Gayer Language Institute como as operações presenciais da loja “Desfazueli”, que pertence a seu filho. O relatório da PF destaca que a cota parlamentar estaria sendo direcionada para pagar o aluguel do espaço, com valores mensais entre R$ 6.000,00 e R$ 6.500,00 desde fevereiro de 2023.

Essa destinação de recursos públicos gerou, segundo a PF, uma “vantagem competitiva indevida”, desequilibrando o mercado ao cobrir despesas que beneficiam interesses privados do deputado e de seus familiares.

Atos antidemocráticos e uso de recursos públicos

Outro ponto abordado pela investigação é o envolvimento de Gayer nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, onde, de acordo com a PF, ele teria direcionado recursos e apoiado atividades que fomentaram esses eventos. Os investigadores identificaram o uso de uma empresa em nome de João Paulo, a “Goiás Online”, para facilitar o recebimento de recursos públicos de forma indevida.

A PF relata ainda que Gustavo Gayer pretendia contratar João Paulo como secretário parlamentar, mas isso não foi possível devido à condição de João, que teve uma prestação de contas eleitoral considerada omissa. No entanto, a empresa de João Paulo recebeu R$ 24 mil em três parcelas de R$ 8 mil entre março e maio de 2023.

Além disso, o filho e o companheiro de Gayer aparecem em vídeos ao lado dele e foram vistos participando dos atos antidemocráticos, fortalecendo as suspeitas de seu envolvimento nas irregularidades apontadas pela PF.

Gustavo Gayer

Em sua página no Instagram, o parlamentar confirmou que foi acordado com a porta de sua casa sendo esmurrada por agentes federais, “sofri busca e apreensão da Polícia Federal a mando de Alexandre de Moraes”.

Ele ressalta que o inquérito está sob sigilo e foi aberto no dia 24 de setembro.

“Eu nunca fiz nada de errado, nunca cometi nenhum crime, mas estou sendo tratado como um criminosos pela Polícia Federal e pelo Alexandre de Moraes.”