Áudios entregues pelo médico Cássio Souto dos Santos à Procuradoria-Geral da República (PGR) revelam supostas negociações envolvendo o ex-prefeito bolsonarisra de Canoas, Luiz Carlos Busato (União Brasil), relacionadas supostamente a pagamento de propina. As gravações, feitas pelo próprio delator, revelam discussões sobre atrasos e parcelamento de valores ligados a desvios de verbas da saúde no município. As informações foram divulgadas pelo UOL.
Nas conversas, Busato questiona a proposta de pagar os valores atrasados em 30 meses, afirmando que isso seria inviável. O esquema investigado começou em 2018, quando o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) apontou irregularidades em contratos firmados entre a prefeitura de Canoas e o GAMP, organização que administrava serviços de saúde no município. Na época, três pessoas ligadas ao GAMP, incluindo Cássio, foram presas preventivamente, suspeitas de peculato e lavagem de dinheiro, com prejuízos estimados em R$ 22,8 milhões aos cofres públicos.
Após o envolvimento de verbas federais ser constatado, o caso passou ao Ministério Público Federal (MPF). Em 2022, Cássio firmou um acordo de delação premiada, onde entregou áudios que mencionam propinas e outros políticos do cenário gaúcho. Busato aparece nos áudios exigindo que os pagamentos sejam feitos de forma pontual, apesar de operações policiais em andamento.
O delator também afirmou que Busato pressionou para a contratação da P&B Engenharia, empresa de Gustavo Peixoto, filho de um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS). O contrato de R$ 1,8 milhão é citado nas investigações que já abriram 46 inquéritos.
Busato negou as acusações, questionando a veracidade das gravações. O caso continua a ser investigado, impactando o cenário político local, especialmente nas eleições em Canoas, onde o filho de Busato é candidato a vice-prefeito.
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