Brasil, 23 de novembro de 2024
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Pastor evangélico diz que autistas têm ‘espírito maligno’

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O pastor Pio de Carvalho, líder da igreja Comunhão Cristã Abba em Curitiba, fez uma declaração polêmica durante um culto ao vivo, associando o transtorno do espectro autista a um “espírito maligno”. O comentário aconteceu após uma conversa com uma educadora que trabalha com crianças com necessidades especiais. Durante o diálogo, a profissional sugeriu a criação de uma classe específica para atender essas crianças dentro da igreja.

Em resposta, o pastor aconselhou que as crianças recebessem óleo na cabeça e que fosse feita uma oração pedindo que o “espírito maligno” fosse retirado delas. A fala causou grande repercussão nas redes sociais, gerando uma onda de críticas. Diversas pessoas manifestaram indignação, apontando que a associação entre autismo e questões espirituais negativas é prejudicial e desrespeitosa. A declaração foi considerada por muitos inadequada, principalmente por reforçar estigmas e aumentar o preconceito em relação ao autismo.

A reação foi imediata, com ativistas, familiares de pessoas autistas e profissionais da saúde mental se manifestando contra as palavras do pastor. Muitos destacaram que o autismo é uma condição neurológica e não tem qualquer relação com questões espirituais ou demoníacas, como insinuado por Pio de Carvalho.

Após a repercussão negativa, o pastor divulgou uma nota de retratação. Ele esclareceu que não possui formação em medicina ou psicologia e afirmou que sua intenção era chamar atenção para o sofrimento de muitas famílias que lidam com o autismo. No entanto, ele reconheceu que suas palavras foram mal colocadas e que poderiam ter causado ofensa. Mesmo com o pedido de desculpas, o episódio continua sendo amplamente discutido, especialmente em relação ao impacto que declarações desse tipo podem ter na luta contra o estigma que envolve o autismo.