
O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Bruno Peixoto (União Brasil), estava hesitando, mas acabou demitindo 25 servidores e um diretor que tinham ligação direta com o candidato do PL a prefeito de Goiânia, o ex-deputado estadual cassado Fred Rodrigues. Não se sabe se o próprio Fred, que tem salário de mais de R$ 21 mil na Casa, foi também demitido.
A medida, consumada nesta quarta-feira (16), ocorre em meio à pressão crescente sobre Peixoto, acusado de fazer corpo mole no apoio ao candidato do União Brasil à sucessão municipal, Sandro Mabel. Mabel tem o respaldo ostensivo do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).
A demissão dos servidores e do diretor é vista como uma tentativa de Peixoto de se distanciar da bomba política em que se transformouo bolsonarista Fred Rodrigues. Mesmo com a perda do mandato, Fred manteve uma gorda cota de cargos na Assembleia, o que tem gerado desconforto nos bastidores do governo.
O corte dos 25 servidores e de um diretor ligados a Fred é um reflexo da tentativa de Bruno Peixoto de desfazer a fama de que faz jogo duplo o tempo todo, com posições dúbias em relação à base caiadista. Peixoto teria ficado ressentido por ter a sua pré-candidatura a prefeito de Goiânia vetada pelo Palácio das Esmeraldas.
A medida de Peixoto também é interpretada como uma forma de acalmar as pressões externas e internas, já que sua gestão à frente da Assembleia vinha sendo questionada por permitir que Fred mantivesse uma influência política mesmo após a cassação.
Por fim, o presidente da Assembleia se movimenra para apaziguar a relação com Caido e preservar a estabilidade institucional da casa, optando por realizar as exonerações em um momento estratégico, afastando nomes próximos ao polêmico Fred Rodrigues.