Brasil, 21 de novembro de 2024
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Aparecida de Goiânia

Escândalo macabro: Polícia Civil de Goiás investiga participação de Alcides em roubo de cadáveres

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O Centro Universitário Alfredo Nasser (Unifan) está no olho de um grave escândalo que abala não apenas reputação do dono do empreendimento, mas também levanta sérias questões sobre a legalidade das práticas adotadas pela insituição de ensino . O escândalo gira em torno do suposto roubo de cadáveres para uso no laboratório de anatomia da Faculdade de Medicina da Unifan, trazendo à tona uma investigação da Polícia Civil de Goiás que se arrasta desde 2017.

No centro das acusações está o nome do diretor-geral e proprietário da Unifan, Professor Alcides Ribeiro Filho, que, além de seu cargo na faculdade, também é uma figura pública, exercendo mandato de deputado federal e concorrendo à prefeitura de Aparecida de Goiânia pelo Partido Liberal (PL).

As acusações partiram de um ex-funcionário da instituição, que ocupou por oito anos o cargo de diretor do curso de saúde. Após romper com a faculdade, ele decidiu relatar as irregularidades à Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco). O ex-diretor afirmou em depoimento que Professor Alcides teria confessado o roubo de cadáveres, além de mencionar a venda de peças anatômicas humanas para suprir a demanda do laboratório.

A gravidade das acusações não para por aí. Para mascarar a origem dos corpos e legalizar o material obtido, os envolvidos teriam utilizado documentos falsificados que, supostamente, teriam sido emitidos pela Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo. O denunciante, temendo por sua vida após começar a receber ameaças, fugiu do Brasil e se escondeu no Paraguai por dois anos, conforme relatado por sua família. Ele também afirmou que, antes de sua fuga, era constantemente seguido e monitorado.

O inquérito nº 59/2017, conduzido pelo delegado Lúcio Flávio Bernardes Melo, investiga crimes de falsificação de documento público, uso de documento falso e ocultação de cadáveres, todos crimes que teriam sido cometidos nas dependências da Unifan. O denunciante relatou ainda um episódio em que corpos humanos foram transportados de São Paulo até a faculdade de maneira clandestina, levantando questionamentos sobre a origem do material utilizado nas aulas.

Diante das ameaças recebidas e temendo por sua segurança, o denunciante optou por deixar o país, buscando proteção em território estrangeiro. O caso segue em investigação pelas autoridades competentes, e a repercussão negativa tem atraído a atenção tanto da mídia nacional quanto de órgãos de fiscalização sanitária e da Justiça. Até o momento, a Unifan não se manifestou oficialmente sobre o escândalo, mas a expectativa é que as apurações avancem nos próximos dias, trazendo à luz todos os detalhes desse caso escabroso.

Veja o documento de instauração de inquérito pela Policial Civil de Goiás para apurar as denúncias de roubo e venda de cadáveres: