O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou na noite de terça-feira (15) a extradição de 63 brasileiros que estão foragidos na Argentina. Eles são investigados pelos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando houve a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. A operação, denominada Lesa Pátria, apura a participação de manifestantes que, insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais, atacaram o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto. A notícia foi divulgada pelo portal Metrópoles.
A decisão foi baseada em informações obtidas pela Polícia Federal, que identificou o paradeiro dos foragidos no país vizinho. A partir daí, Moraes formalizou o pedido de extradição e o encaminhou ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), vinculado ao Ministério da Justiça. O Ministério das Relações Exteriores será responsável por negociar a extradição com as autoridades argentinas.
Os brasileiros investigados deixaram o país pela fronteira, utilizando rotas clandestinas, a pé ou de carro. Eles buscavam refúgio na Argentina sob a alegação de perseguição política, especialmente após a eleição de Javier Milei. Cerca de três meses atrás, o governo argentino entregou ao Itamaraty uma lista com nomes de brasileiros envolvidos nos atos antidemocráticos e considerados foragidos.
Além dos 63 brasileiros na Argentina, Moraes também solicitou a extradição de Oswaldo Eustáquio, jornalista e blogueiro, que está foragido na Espanha. Ele é acusado de promover atos contra a democracia, como manifestações que pediam o fechamento do STF e do Congresso. Eustáquio está na Espanha há um ano e meio e já foi incluído na lista de procurados pela Interpol em 2023, por ordem de Moraes.