Pablo Marçal empinou a carroça contra Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas em São Paiulo. O candidato derrotado do PRTB, que terminou em terceiro lugar na disputa do primeiro turno na capital paulista, afirmou que não vai apoiar o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e previu a vitória de Guilherme Boulos (PSOL).
Nunes e Boulos se enfrentarão no segundo turno das eleições municipais, marcado para o dia 27 de outubro. Em entrevista coletiva, na noite de terça-feira (9), Marçal surpreendeu aqueles que esperavam que ele se alinhasse a Nunes contra Boulos e disse que libera seus eleitores para votar como bem entenderem na rodada final.
Mais cedo, Nunes havia afirmado que não contava com a presença de Marçal em seu palanque, mas se esforçaria para conquistar os votos dos eleitores que optaram pelo empresário e influenciador no primeiro turno.
Desde o início da campanha, Marçal e Nunes travaram duros embates, com troca de ofensas e acusações. O candidato do PRTB se referia ao adversário como “bananinha” e prometia que ele seria preso em seu eventual governo. Nunes, por sua vez, chamava Marçal de “condenado” e o acusava de ter relações com o crime organizado.
“Eu, não indo para lado nenhum e liberando meu eleitorado, 45% dos meus votos o Lula, com humildade, vai tomar de volta”, projetou Marçal. “Tenho certeza de que ele [Boulos] vence. Ele sabe sinalizar com o povo, e o Ricardo não sabe. Boulos e Lula têm a língua do povo, os outros [estão] só brigando”, completou o influenciador.
Na conversa com os jornalistas, Marçal disse que até poderia anunciar apoio a Nunes, mas com uma condição: que o prefeito, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o pastor Silas Malafaia viessem a público e pedissem desculpas a ele pelas ofensas durante o primeiro turno da eleição.
Como dificilmente isso vai acontecer, observou Marçal, a possibilidade de apoio a Nunes está descartada.
No primeiro turno da disputa em São Paulo, Pablo Marçal recebeu 1.719.274 votos, o que correspondeu a 28,14% do total de votos válidos. Ele terminou em terceiro lugar, atrás de Nunes (29,48%) e Boulos (29,07%).