Brasil, 07 de outubro de 2024
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Cantor Leonardo é incluído na ‘lista suja’ do trabalho escravo pelo governo Lula

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O cantor sertanejo Leonardo é um dos 176 nomes incluídos na nova atualização da chamada ‘lista suja’ do trabalho escravo. Divulgado nesta segunda-feira (7), o cadastro mantido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) torna públicos os nomes de pessoas físicas e jurídicas responsabilizadas pelo crime pelo governo federal, após operações de resgate de trabalhadores.

A entrada de Leonardo na lista se deve a uma fiscalização realizada, em novembro de 2023, na Fazenda Talismã, município de Jussara, interior de Goiás. Na ocasião, foram encontradas seis pessoas, incluindo um adolescente de 17 anos, em condições degradantes, um dos elementos que configuram a escravidão contemporânea no Brasil.

Eles dormiam em uma casa abandonada, onde não havia água potável, banheiro e camas — o espaço para deitar era improvisado com tábuas de madeira e galões de agrotóxicos. O local também tinha sido tomado por insetos e morcegos, e exalava um “odor forte e fétido”, segundo o relatório de fiscalização acessado pela Repórter Brasil. A informação foi publicada pelo colunista Leonardo Sakamoto, do UOL.

No final de julho, o cantor – batizado como Emival Eterno da Costa – comemorou seu aniversário, em festa luxuosa, na mesma propriedade. Avaliada em R$ 60 milhões, a fazenda conta com uma mansão, além de piscina, quadras esportivas e quartos estilo bangalô.

Paulo Vaz, advogado de Leonardo, afirmou que o caso aconteceu em uma área arrendada na Fazenda Lakanka, contígua à Talismã, e que a responsabilidade pela contratação dos empregados era do terceirizado [arrendatário]. “Tratava-se de uma área arrendada, que todas essas pessoas tiveram as indenizações pagas e que os processos se encontram arquivados”, disse à Repórter Brasil.

Criada em novembro de 2003, a “lista suja” é atualizada semestralmente pelo governo federal. Os nomes dos empregadores são incluídos após os autuados exercerem o direito de defesa em duas instâncias na esfera administrativa e lá permanecem por dois anos. O cadastro é considerado pelas Nações Unidas um dos mais relevantes instrumentos de combate ao trabalho escravo no mundo por garantir transparência.

Com a nova atualização, a lista chega a um total de 727 patrões responsabilizados. Confira a relação completa no link https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/areas-de-atuacao/cadastro_de_empregadores.pdf