A investigação acerca da Operação Integration apontou que duas das empresas que tem Gusttavo Lima como sócio teriam ocultado valores vindo de casas de apostas. É o que diz a decisão do mandado de prisão preventiva expedido pela juíza Andréa Calado da Cruz contra o cantor – que foi revogado nesta terça-feira (24).
As empresas Balada Eventos e Produções Ltda. e GSA Empreendimentos receberam desde 2023 cerca de R$ 38,1 milhões da Vai de Bet e da Esportes da Sorte, também investigadas pela Polícia Civil de Pernambuco.
Conforme a decisão, os valores de recebimentos das empresas do sertanejo entre 2023 e 2024 são de R$ 38.145.215,08, oriundos das duas casas de apostas e também da venda irregular de um avião do cantor.
A investigação apontou, que entre as transações suspeitas pela Balada Eventos, está a ocultação de R$ 4,9 milhões da empresa HSF Entretenimento Promoção de Eventos, que pertence a Bóris Maciel Padilha, outro investigado na Integration, e também a suposta dissimulação de propriedade da Aeronave Cessna Aircraft, apreendido no dia 4 de setembro, em meio a operação.
A venda do avião, em específico, teria sido negociada com a empresa J.M.J. Participações LTDA, que pertence a José André da Rocha. O empresário, que também é dono da Vai de Bet, e sua esposa, Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, estiveram no aniversário de Gusttavo Lima na Grécia, no início de setembro. O casal e Padilha também tiveram a prisão decretada e, posteriormente, revogada.
O inquérito afirma que foram realizadas oito transações para a Balada Eventos para o pagamento de R$ 22.232.235,53 da aeronave: O inquérito afirma que foram realizadas oito transações para a Balada Eventos para o pagamento de R$ 22.232.235,53 da aeronave:
A mesma empresa, segundo a investigação, é suspeita também de ocultar valores provenientes dos jogos ilegais da Sports Entretenimento Promoção de Eventos, cujo dono é Darwin Henrique da Silva Filho. Os valores estariam armazenados em um cofre da empresa.
Ainda conforme o inquérito, a GSA — que também é do sertanejo — recebeu das empresas Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos, cujos sócios são Rayssa Ferreira Santana Rocha e Thiago Lima Rocha, e Vai de Bet os seguintes valores ao longo de 2023:
Por sua vez, a GSA remeteu à Gusttavo Lima R$ 1.350.000,00 em 5 TEDs. “A Zelu Brasil é a intermediadora de pagamento tanto da Vai de Bet como da Esportes da Sorte, além do que a PIX 365 [Vai de Bet] tem contrato com a GSA, representando a Balada Eventos”, diz a juíza ao aponta que casos idênticos foram constatado e informado no relatório da investigação de Deolane Bezerra Santos e a Esportes da Sorte, por meio da outra investigada Pay Brokers.
“Discrimina-se o envio de recursos de R$18.727.813,40 de crédito à empresa GSA durante todo ano de 2023, dos quais R$5.950.000,00 foram oriundos de duas empresas investigadas nos autos do presente inquérito policial, o que representa 31,77% de toda movimentação a crédito, e deste montante, R$ 1.350.000,00 foi transferido da GSA à conta pessoa física de Nivaldo Batista Lima [Gustavo Lima]”, salienta a magistrada.
O cantor adquiriu 25 % da casa de apostas Vai de Bet em 1º de junho deste ano, o que segundo a juíza, “acentua ainda mais a natureza questionável de suas interações financeiras”.
O que disse a defesa de Gusttavo Lima
Logo após a revogação do pedido de prisão do cantor, em nota enviada ao Terra, a defesa de Gusttavo Lima afirmou que recebeu a medida “com muita tranquilidade e sentimento de justiça”.
Mais uma vez, a equipe jurídica do cantor reforçou o descontentamento com a decisão tomada pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife e afirmou que ela “estabeleceu uma série de presunções contrárias a tudo que já se apresentou nos autos, contrariando inclusive a manifestação do Ministério Público do caso”.
A inocência do sertanejo também foi destacada no comunicado: “A relação de Gusttavo Lima com as empresas investigadas era estritamente de uso de imagem e decorrente da venda de uma aeronave. Tudo feito legalmente, mediante transações bancárias, declarações aos órgãos competentes e registro na ANAC. Tais contratos possuíam diversas cláusulas de compliance e foram firmados muito antes de que fosse possível se saber da existência de qualquer investigação em curso”.