Os governos de Brasil e Colômbia manifestaram, nesta terça-feira (3), “profunda preocupação” com a ordem de prisão decretada pela Justiça venezuelana contra o opositor Edmundo González Urrutia, adversário de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais, alertando que ela “dificulta a busca por uma solução pacífica” para a crise.
“Essa medida judicial afeta gravemente os compromissos assumidos pelo governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados, em que governo e oposição reafirmaram seu compromisso com o fortalecimento da democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e convivência”, ressaltaram os dois governos de esquerda, em comunicado conjunto.
A declaração representa um endurecimento das posições dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro, que lideraram os esforços para uma negociação entre Maduro e a oposição após as eleições polêmicas de 28 de julho.
Considerados próximos do atual governo venezuelano, os líderes brasileiro e colombiano apontaram que o mandado de prisão contra González, emitido ontem e condenado pela comunidade internacional, dificulta iniciativas para uma resolução pacífica da crise: “Dificulta a busca por uma solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas”.
González Urrutia, de 75 anos, está escondido há um mês, após o início de uma investigação criminal contra ele relacionada com as eleições presidenciais.
Lula endureceu o discurso contra Maduro na semana passada, ao dizer que não reconhecia a sua vitória, tampouco a da oposição, alinhando-se a uma dezena de países latino-americanos, aos Estados Unidos e à União Europeia, que rejeitam a validação da vitória do presidente socialista.