Brasil, 20 de setembro de 2024
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Ronnie Lessa diz que matou Marielle Franco por ganância

Publicado em atualizado em 28/08/2024 às 18:25

O ex-policial militar Ronnie Lessa, que firmou um acordo de delação premiada, confessou nesta terça-feira (27), em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que aceitou matar a vereadora Marielle Franco (Psol) motivado pela ganância.

Em audiência virtual, Lessa disse que foi contratado pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão para realizar o crime. Conforme relatado pela Folha de S. Paulo, o ex-PM contou que, como parte do trato, recebeu a promessa de lucrar com a exploração de terrenos na zona oeste do Rio de Janeiro, atividade que poderia render até R$ 25 milhões.

“Aquilo ali [possibilidade de ficar rico] me deixou impactado, me deixei levar ali. Foi ganância, me deixei levar. Eu nem precisava, realmente. Eu estava numa fase muito tranquila da minha vida. Minha vida já pronta, e eu caí nessa asneira. Foi ganância mesmo. Uma ilusão danada que eu caí”, afirmou Lessa.

Durante o depoimento, ele ainda afirmou que as pesquisas sobre políticos psolistas começaram em 2012. As solicitações eram feitas por meio do PM Edmilson de Oliveira.

“A Marielle teve a infelicidade de aparecer negativamente para ele. Parecia que eles queriam dar uma pancada no PSOL”, disse Lessa.

Na audiência, o ex-PM também declarou que os irmãos Brazão lhe asseguraram o envolvimento do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, no planejamento do crime. Com o depoimento, Lessa aproveitou a oportunidade para criticar o sistema de segurança pública, alegando que as polícias do estado estão “contaminadas há décadas”.

“Talvez, se tivesse uma intervenção, uma coisa séria, se aparecesse um cara para denunciar provando que deu dinheiro a delegados, ia ter que abrir concurso. Seria meia dúzia de gatos pingados que iriam sobrar. Essa é a realidade da Polícia Civil e da Polícia Militar. As polícias estão contaminadas há décadas”, afirmou.