Brasil, 23 de novembro de 2024
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Economia

Banco Central mantém taxa de juros em 10,5%

Publicado em atualizado em 02/08/2024 às 12:52

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (31) pela manutenção da taxa básica de juros da economia (Selic), em linha com a expectativa do mercado. Assim, a Selic segue em 10,50% ao ano em decisão unânime do colegiado.

Essa é a segunda decisão seguida pela manutenção da taxa, que saiu de 10,75% para o atual patamar na reunião de maio. Na reunião de junho, a manutenção da Selic também era aguardada pelos agentes econômicos, mas havia uma expectativa sobre o comunicado, que traz detalhamento sobre os votos do comitê.

Isso porque, na reunião de 8 de maio, houve uma divergência entre os membros sobre o tamanho do corte na taxa, com parte votando por 0,5 ponto percentual e, a maioria numérica, em 0,25 ponto. A decisão ocorreu em meio a forte pressão do governo, especialmente do presidente Luis Inácio Lula da Silva, para a redução dos juros.

Contudo, na decisão seguinte, em 19 de junho, a manutenção da taxa foi unanimidade entre os membros do comitê.

A taxa chegou a ficar um ano no patamar de 13,75%, e começou a ser reduzida gradativamente pelo Copom em agosto de 2023.

Inflação

A taxa básica de juros é um dos instrumentos de política monetária do Banco Central para controle da inflação. Hoje, a meta de inflação do país é de 3%, conforme o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo), com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

A prévia de julho da inflação, medida pelo IPCA-15, foi de 0,30%. No acumulado do ano, está em 2,82% e, no acumulado em 12 meses, registra alta de 4,45%, próximo ao limite da meta.

No comunicado, o Copom reforça que a decisão “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços”.

O comitê também aponta que “a conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária.”

Brasil tem terceiro maior juro real do mundo

Aos 10,5% aa, o Brasil caiu à 3ª colocação no ranking mundial de juros reais, abaixo da Rússia e Turquia e à frente do México, África do Sul e Indonésia de acordo com levantamento do site MoneyYou.

A taxa real é uma combinação de inflação projetada para os próximos 12 meses, via coleta do relatório Focus do BACEN de 3,67% e a taxa de juros DI a mercado dos aproximados próximos 12 meses no vencimento mais líquido (Jul 25).