Brasil, 21 de setembro de 2024
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Bolsonaro e informante na Receita tiveram 6 encontros para tentar blindar Flávio no caso das rachadinhas

Publicado em atualizado em 22/07/2024 às 22:50

Um coronel da reserva do Exército, que teve ao menos seis encontros com Jair Bolsonaro (PL) nos palácios do Planalto e da Alvorada em 2019, é mencionado como informante pelo ex-presidente em uma reunião sobre o caso das “rachadinhas” envolvendo seu filho Flávio Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, tornou público um áudio de agosto de 2020 no qual o ex-presidente discutia o uso da máquina federal para anular a investigação. Na reunião, o ex-mandatário se comprometeu a contatar a Receita Federal e o Serpro para buscar provas de acesso ilegal aos dados de Flávio.

Além de Bolsonaro, participaram da reunião o  então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, o à época diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem (PL) e duas advogadas de Flávio, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach.

O encontro aconteceu no dia 25 de agosto de 2020. Bolsonaro disse que quem passava as informações para ele era “um coronel do Exército” e, em uma aparente ironia, acrescentou dizendo que deveria “ter trocado pelo serviço secreto russo”.

Em seguida, Bolsonaro diz ter esquecido o nome, momento em que Augusto Heleno diz saber quem é a pessoa, mas também demonstra certa hesitação em lembrar. Ele mencionou “Magela”, e Bolsonaro repetiu o nome.

Segundo a Folha de São Paulo, fontes próximas ao caso afirmam que, na realidade, a pessoa mencionada é Carlos Alberto Pereira Leonel Marsiglia, um coronel reformado do Exército. 

Os registros da agenda pública de Bolsonaro durante a presidência revelam que ele se encontrou com Marsiglia seis vezes no primeiro semestre de 2019, sendo cinco desses encontros privados. O primeiro ocorreu em 28 de março e o último em 23 de maio.

A única reunião na qual a agenda de Bolsonaro indica a presença de mais participantes foi em 22 de maio, um dia antes do último encontro, quando estiveram presentes os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Economia, Paulo Guedes.