O dólar comercial alcançou R$ 5,52 nesta quarta-feira (26), o, registrando um aumento de 1,13%. Essa é a maior cotação em mais de 2 anos e 5 meses, desde 18 de janeiro de 2022, quando atingiu R$ 5,56.
A alta da moeda americama goi influenciada pelas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que questionou a necessidade de cortes nos gastos públicos em entrevista ao Uol.
Lula disse que o tema de contas públicas é mais forte no Brasil que em “qualquer outro país do mundo” e negou que o governo gaste demais ou que a dívida líquida seja alta.
Lula comparou os gastos públicos do Brasil com os de países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), mencionando que, em média, esses países gastam 113% do PIB. Ele citou exemplos como Estados Unidos (123% do PIB), China (83% do PIB), Japão (237% do PIB), França (112% do PIB) e Itália (137% do PIB), enquanto o Brasil gasta atualmente cerca de 76% do PIB.
“O Brasil é, efetivamente, 74% ou 75%. Hoje está em 76%. Está muito aquém dos gastos que os outros países fazem”, afirmou..
O presidente defendeu a análise criteriosa dos gastos públicos, sugerindo que é necessário investir em políticas públicas e questionando se realmente é preciso cortar despesas ou se é melhor aumentar a arrecadação. Suas declarações geraram um impacto no mercado financeiro, refletido também no aumento das taxas dos contratos de juros futuros, que chegaram a 12,23% nos contratos com vencimento em janeiro de 2032.
“O problema não é que tem que cortar [despesas]. O problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se a gente precisa aumentar a arrecadação”, sublinhou o presidente.