Uma versão menos ambiciosa do texto do pacote de reformas do presidente ultraliberal da Argentina, Javier Milei, conhecido como Lei de Bases, avançou no Senado nesta quarta-feira (12/06) graças a um voto de desempate da presidente da Casa. Enquanto a sessão ocorria, milhares de pessoas se reuniram ao redor do Congresso em repúdio ao projeto e houve pesados confrontos com a polícia.
“Por esses argentinos que sofrem, que esperam, que não querem ver seus filhos deixarem o país […], meu voto é afirmativo”, disse a presidente do Senado e também vice-presidente do país, Victoria Villarruel, após o empate de 36-36 na votação geral do texto. Os legisladores ainda terão de aprovar os 238 artigos do texto individualmente.
Agora, após seis meses de governo, Milei está mais perto de conseguir sua primeira vitória legislativa. O partido do presidente, o A Liberdade Avança, é minoritário em ambas as câmaras, contando com apenas sete das 72 cadeiras no Senado, e depende de negociações com outras legendas.
O texto inicial da reforma, chamado então de Lei Ônibus, havia sido rechaçado em fevereiro. Depois, acabou sendo desidratado antes de ser aprovado pela Câmara, em abril. No Senado, Milei teve que fazer novas concessões antes da votação.
Protestos
Enquanto a sessão ocorria, milhares protestaram em Buenos Aires. Os distúrbios começaram quando a polícia repeliu com gás lacrimogêneo, tiros de balas de borracha e jatos de água um grupo que tentou ultrapassar as barreiras que isolavam o Congresso. Os manifestantes responderam atirando pedras nos policiais.