Brasil, 23 de setembro de 2024
Siga Nossas Redes
Internacional

Israel ignora pedido do Tribunal Internacional de Justiça e intensifica ataques a Rafah

Publicado em atualizado em 26/05/2024 às 21:56

Poucos minutos após a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenar que Israel “suspendesse imediatamente” suas operações em Rafah, o Exército israelense realizou na última sexta-feira (24/5) uma série de ataques aéreos no campo de Shaboura, no centro da cidade, ao sul de Gaza. A decisão da CIJ, tribunal da ONU com sede em Haia, acatou um pedido da África do Sul.

No parecer, os juízes da corte citaram a “desastrosa” situação humanitária no enclave, afirmando que a ofensiva israelense e quaisquer atos que possam causar a destruição total ou parcial dos palestinos devem cessar. A CIJ também ordenou que Israel mantivesse aberta a passagem de Rafah para que os habitantes de Gaza pudessem receber ajuda humanitária “sem restrições” e pediu a “libertação imediata e incondicional” dos reféns sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro.

Isolamento
No entanto, 4 dos 15 juízes da CIJ – incluindo um israelense – afirmaram que o parecer não impede que Israel prossiga com sua operação em Rafah, desde que o país cumpra as obrigações ditadas pela Convenção de Genebra sobre Genocídio. Embora a decisão seja vinculante, a ordem da CIJ não é executável, e os ministros israelenses já indicaram que não pretendem cumprir a determinação.

O tribunal não tem meios para obrigar um país a respeitar suas decisões. Os governos de EUA e Reino Unido manifestaram ontem solidariedade com Israel e rejeitaram o parecer de Haia. No entanto, a decisão coloca mais pressão sobre Israel, cada vez mais isolado internacionalmente – e também sobre americanos e britânicos, que antes haviam tentado impor limites à operação militar em Rafah.

Foi o terceiro golpe sofrido pela diplomacia israelense em uma semana. Primeiro, foi o pedido do procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, para emissão de um mandado internacional de prisão para o premiê Binyamin Netanyahu e seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, assim como para líderes do Hamas. O TPI analisa o caso. Na quarta-feira, Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram o Estado palestino nas fronteiras de 1967 – levando Israel a convocar seus embaixadores nos três países. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.