Brasil, 28 de novembro de 2024
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Brasil 24 Horas

Foragido, dono de Porsche diz que só bebeu água na noite do acidente que matou motorista de aplicativo

Publicado em atualizado às 19:21

Foragido depois de ter a prisão decretada pela Justiça, o jovem Fernando Sastre de Andrade Filho afirmou estar “amargamente arrependido” por ter dirigido em alta velocidade a sua Porsche na Zona Leste de São Paulo e ter provocado um acidente que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana. A declaração foi dada em entrevista ao Fantástico, da Globo, na noite de domingo (5). A entrevista foi feita antes de seu mandado de prisão ser expedido.

Sastre Filho, de 24 anos, negou ter consumido água na noite do acidente e diz “não lembrar” de seu histórico de multas por alta velocidade:

— Eu tomei água, eu pedi água — disse. O motorista do Porsche afirmou ainda que não percebeu a alta velocidade — Então, dentro do carro não tive essa sensação de que eu estava em tamanha velocidade. Inclusive, eu acho que seria válido uma segunda perícia, uma segunda análise, pra ter certeza dessa aferição. 

Na noite da batida, ele alegou que esteve num restaurante e depois foi a um jogo de pôquer. Após o acidente, Fernando foi retirado do local do desastre pela mãe, que disse aos policiais militares que iria levá-lo ao hospital, antes de fazer um exame para medir o nível de álcool no sangue. 

No entanto, Sastre foi para casa. Na entrevista, ele justifica que estava muito nervoso e sua mãe teria lhe dado um remédio para dormir. 

Sastre Filho dirigia um Porsche acima do limite de velocidade no dia 31 de março quando bateu em um carro na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo. O choque levou à morte o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana. Segundo a perícia, o carro estava a 156km/h. O limite na rodovia é de 50 km/h. 

Depois que o mandado de prisão foi expedido pela Justiça, na sexta-feira, policias civis do 30º DP, no Tatuapé, foram até a residência de Sastre Filho. Os agentes ficaram lá por alguns minutos e subiram ao apartamento, mas não acharam o jovem. 

Apesar do pedido de prisão e de já ser considerado foragido, o advogado do réu, Jonas Marzagão, afirmou à GloboNews que o cliente deve se entregar, mas a partir de segunda-feira. Mas Marzagão antecipou à Globo que irá pedir um habeas corpus: 

— A acusação está se baseando muito mais na condição social dele do que na prova dos nove […] De classe alta, sim, para muita gente. Mas como ele falou, é só um menino que vai às 7h30 e trabalha até a noite.

A Polícia Civil chegou a pedir três vezes a prisão de Sastre Filho, mas todos os pedidos foram negados. O Ministério Público de São Paulo então recorreu nesta semana, e o desembargador João Augusto Garcia, do TJ-SP, atendeu ao pleito. 

Sastre Filho é réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima e, se for condenado, sua pena foi ultrapassar 20 anos de prisão.