O presidente Lula (PT) lançou nesta segunda-feira (22), no Palácio do Planalto, o programa “Acredita”, que tem como principais metas ampliar o acesso ao crédito no país e garantir mais apoio aos Microempreendedores Individuais (MEIs) e às Micro e Pequenas Empresas. Em seu discurso, ele assinalou que o programa é ‘um pontapé extraordinário para criar uma sociedade de classe média’ no Brasil.
Lula também citou o “espetáculo do crescimento”, indicando prever novamente um crescimento acima do esperado para o país em 2024.
“Quando anunciamos um programa como esse, eu lembro de maio de 2004. Eu estava saindo para um ato na Ford, em São Paulo. Eu tinha tido uma conversa com o [Henrique] Meirelles e com o [Antonio] Palocci, que era ministro da Fazenda. O otimismo deles com a economia era tão grande que eu, no meu discurso na Ford, disse que as pessoas poderiam se preparar porque estava começando o ‘espetáculo do crescimento’. Vocês sabem o quanto eu fui desaforado por muita gente da imprensa que achava que eu estava falando bobagem”, disse.
O presidebte lembrou que naquele ano aconteceu o que muita gente não acreditava,: a economia brasileira cresceu 5,8%. “O mesmo aconteceu em janeiro no ano passado, em Hiroshima. A diretora-geral do FMI me procurou para dizer ‘presidente, estou preocupada porque a economia do Brasil só vai crescer 0,8%’. Eu falei ‘olha, a senhora está enganada. A economia brasileira vai crescer mais’. E aconteceu que nós crescemos 2,9%, com viés de crescimento para 3%. É lógico que é pouco, mas diante da expectativa que o mercado tinha, foi um crescimento excepcional, porque significa crescimento do emprego, da massa salarial. No ano passado, 87% dos acordos salariais feitos pelas categorias profissionais nesse país tiveram aumento real, acima da inflação. Ao contrário de 2022 para trás, em que 90% dos acordos eram feitos menores que a inflação. Esse é um sinal de que não sou apenas eu que estou acreditando na economia. É sinal de que os empresários também estão acreditando, embora nem todos falem para a imprensa”.
“O que está acontecendo hoje não é apenas um novo anúncio de política de crédito. O que está acontecendo hoje é a demonstração de que nós voltamos para governar esse país para ver se a gente transforma esse país em um país definitivamente desenvolvido. A gente não quer um país de gente muito rica e gente muito pobre. A gente quer um país que tenha uma classe média sustentável, que tenha um padrão de vida decente, com escola, cultura, salário. Que as pessoas possam ir jantar no final de semana em um restaurante, que possam fazer uma viagem. É esse país que nós sonhamos. Não queremos um país que eternamente dependa de um Bolsa Família. Enquanto a gente estiver dependendo disso, a sociedade não será uma sociedade de classe média, que esse programa dá um pontapé extraordinário. É colocar dinheiro na mão do povo”, sublinhou Lula.
Segundo o presidente, o objetivo do Acredita é dar “condições para, independentemente da quantidade, da origem social, do tamanho dos negócios, que as pessoas tenham o direito de ter acesso ao sistema financeiro e pegar crédito”.
“Não tem nada mais imprescindível para uma sociedade se desenvolver do que oportunidade e crédito”, arrematou.