O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se posicionou sobre a visita dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), a Israel, na qual ambos estiveram reunidos, na terça-feira (19), com o presidente israelense Isaac Herzog, em Jerusalém.
Na ocasião, Caiado pediu “desculpas”, em nome da população brasileira, pelas declarações de Lula em fevereiro, quando o presidente da República comparou a ação militar de Israel contra o grupo Hamas na Faixa de Gaza ao Holocausto da Alemanha nazista de Adolf Hitler, quando o povo judeu foi perseguido e dizimado. Tarcísio também disse que as falas de Lula não representam a posição “do povo brasileiro”.
Em nota, o Palácio do Planalto informou que o governo federal “lamenta” o comportamento dos dois governadores. “Lamentamos que governadores, no exterior, distorçam a posição do Brasil sobre o tema, em momento em que o mundo todo se preocupa com os civis palestinos”, diz o comunicado.
De acordo com a nota, Lula condenou, desde o início, os ataques perpetrados pelo Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023, que deflagraram a guerra em Gaza.
“O presidente condenou os ataques do Hamas repetidas vezes e não fez fala contra o povo judeu e, sim, contra ações do atual governo de Israel, que também foram criticadas por governos do mundo inteiro, inclusive Europa e Estados Unidos”, diz o Planalto.
No mesmo dia da declaração de Lula, no mês passado, Netanyahu afirmou que o presidente do Brasil havia cruzado “uma linha vermelha” de forma “vergonhosa e grave”. “Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, criticou Netanyahu. Lula se tornou “persona non grata” no país.
Na quarta-feira (20), durante a festa pelos 44 anos do PT, Lula voltou a classificar a ação militar israelense em Gaza como “genocídio”. “Chega de matar mulheres e crianças! Chega! Aquilo não é guerra, é genocídio. Temos que ter coragem de dizer essas coisas ou não vale a pena nossa passagem pelo planeta Terra”, disse Lula, aplaudido pelos militantes do PT. “Não é possível que estejamos assistindo a essa carnificina. Cadê a ONU, que deveria existir para evitar que essas coisas acontecessem?”, questionou.
Em celebração pelos 44 anos do PT, Lula voltou a criticar ação militar de Israel, fez apelo ao Hamas pela libertação de reféns e lamentou decisão da Justiça espanhola de tirar Daniel Alves da cadeia