Brasil, 27 de setembro de 2024
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Tentativa de golpe: Bolsonaro vai à PF, mas fica em silêncio durante interrogatório

Publicado em atualizado em 23/02/2024 às 13:40

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)compareceu à sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta quinta-feira (22), para prestar esclarecimentos sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, mas se valeu do direito de permanecer em silêncio diante dos investigadores.

A estratégia já havia sido antecipada pela defesa de Bolsonaro. Ao longo da semana, os advogados do ex-presidente tentaram por três vezes adiar o depoimento – mas em todos os casos tiveram o pedido rejeitado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Os advogados alegam que não tiveram acesso a todas as diligências e provas juntadas aos autos. Eles também solicitaram solicitaram acesso às mídias digitais do ex-assessor da presidência Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada.A decisão do silêncio também pode preservar Bolsonaro do risco de entrar em contradição com outros investigados no caso. Além dele, foram convocados a prestar depoimentos figuras como os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa).

Todas as falas dos investigados foram marcadas pela Polícia Federal para o mesmo horário – justamente para verificar contradições em discursos e evitar combinações de versões entre partes.

Em entrevista, o advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, frisou que o silêncio não foi mero uso do direito constitucional, mas se deve a um alegado desrespeito à paridade de armas no processo. Segundo ele, a falta de acesso à delação de Mauro Cid e às mídias obtidas em dispositivos apreendidos de investigados impedem o pleno conhecimento dos motivos que levaram à convocação do ex-presidente.

“Esse silêncio [no depoimento], quero deixar claro que não é simplesmente o uso do exercício constitucional silêncio, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos por quais estão sendo imputados ao presidente a prática de certos delitos”, afirmou.

Bolsonaro chegou à sede da PF por volta das 14h25 (horário de Brasília) – 10 minutos antes do horário previsto para o depoimento. Ele permaneceu no local por cerca de 30 minutos.