Brasil, 27 de setembro de 2024
Siga Nossas Redes
Internacional

Lula compara ação de Israel em Gaza ao extermínio de judeus por Hitller

Publicado em atualizado em 19/02/2024 às 11:33

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou neste domingo (18/02), na Etiópia, a viagem que realizou à África, onde chegou na terça-feira (13/02). Em uma coletiva de imprensa, o líder voltou a criticar a suspensão de doações de países ocidentais à agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), pela suspeita de envolvimento entre funcionários da entidade e o grupo Hamas. 

Lula também comparou a guerra na Faixa de Gaza ao Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial.

Na primeira etapa da viagem, no Egito, o presidente anunciou que o Brasil vai aumentar a entrega de ajuda para a agência, no momento em que mais de dez países ocidentais já suspenderam o apoio à entidade e a União Europeia avalia interromper as suas contribuições. Lula não detalhou qual aporte será entregue à organização, que Israel acusa de abrigar integrantes do grupo islâmico palestino Hamas diretamente envolvidos nos ataques de 7 de outubro em territórios israelenses.

“Quando vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar contribuição para a questão humanitária para os palestinos, eu fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente, e qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio. Não é uma guerra entre soldados e soldados: é uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças”, disse o presidente Lula, ao ser questionado pela RFI.

“Se teve algum erro nesta instituição, apure-se quem errou, mas não suspenda a ajuda humanitária para um povo que está há tantas décadas tentando construir o seu Estado”, afirmou. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existe em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus”, comparou.

O presidente salientou que o Brasil vai defender na ONU o reconhecimento de um Estado palestino pleno e soberano. Também reiterou que condenou os ataques promovidos pelo Hamas, mas continua solidário ao povo palestino.

“Quem vai ajudar a reconstruir aquelas casas que foram destruídas? Quem vai restituir a vida de 30 mil pessoas que já morreram? Os 70 mil que estão feridos?”, evocou. “Isso é pouco para mexer com o senso humanitário dos dirigentes políticos do planeta?”, complementou.