Brasil, 27 de setembro de 2024
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Em entrevista ao Globo, Caiado diz que UB não caminhará com Lula e avisa que disputará presidência

Publicado em atualizado em 28/01/2024 às 21:41

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), disse que seu partido, o União Brasil, não deve estar ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2026 e que é pré-candidato à presidência. As declarações foram dadas ao jornal O Globo neste sávbado.

“Não acredito que [o partido] vá caminhar com o Lula nas eleições de 2026. Eu, por exemplo, administro um Estado em parceria com prefeitos do PT e do PSB, mas não estarei no palanque deles.”

Segundo o governador, o União Brasil “caminha ao lado do governo nos projetos de interesse” do país, mas também “é um partido de uma visão conservadora, e seguirá sendo”. 

Além disso, ele afirma que “o somatório de várias ações” faz com que ele se coloque como pré-candidato no pleito vindouro. 

“Me refiro tanto ao que faço no governo de Goiás, quanto ao que fiz no Congresso, enquanto parlamentar. Também me coloco à disposição para disputar a Presidência por me orgulhar dos índices de educação, saúde e geração de empregos obtidos. Temos uma ação completa que me credencia”, disse ele na entrevista.

Caiado e Lula têm um longo histórico de rivalidade política – logo, a possibilidade dele voltar a concorrer a presidência contra Lula seria um novo capítulo dessa história. 

Eles travaram uma forte disputa em 1989, primeira eleição livre e direta para Presidente da República após o fim do regime autoritário que impôs uma ditadura militar no Brasil de 1964 a 1985. 

Na ocasião, ambos se enfrentaram no 1º turno, com uma vitória de Lula que conseguiu disputar o 2º turno contra o candidato Fernando Collor de Melo, que acabou eleito mas foi deposto em 1992, acusado de corrupção pelo seu próprio irmão, Pedro Collor de Mello, na matéria de capa de uma edição da revista Veja naquele mesmo ano. 

Caiado e Bolsonaro

Em 2018, Caiado (que é médico) apoiou Jair Bolsonaro na eleição presidencial, mas acabou se afastando durante a pandemia de covid-19 , devido à negação à ciência e às vacinas promovida durante o mandato de Bolsonaro. O ápice do conflito entre eles se deu quando o então presidente decidiu demitir Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde que havia sido indicado por Caiado. 

Em 2022 o atual governador de Goiás voltou a apoiar o nome de Bolsonaro na eleição vencida por Lula, alegando que apesar das discordâncias que teve com Bolsonaro, vê nele a capacidade de persuadir milhares de brasileiros, mobilizando votos mesmo após ter ficado inelegível. No mesmo ano, Bolsonaro apoiou a corrida eleitoral de Caiado ao Governo do Estado de Goiás.

“Trabalharei, sim, para ter o apoio dele à minha candidatura. Acho que nenhum martelo está batido, ainda estamos em um processo de avaliar gestões e os cenários possíveis até 2026. Eu não posso transferir para ele a responsabilidade da minha pré-campanha. Eu preciso é fazer por onde merecer este apoio.”

Questionado sobre as investigações que pesam sobre Bolsonaro, sua família e aliados próximos, Caiado afirmou que não discutirá decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas chegou a dizer que “se as operações realmente não tiverem o mínimo de resultado prático, vai ficar difícil dele [Moraes] explicar isto”.