Brasil, 28 de setembro de 2024
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Delação de Ronnie Lessa aponta Domingos Brazão como mandante da morte de Marielle, diz Intercep Brasil

Publicado em atualizado em 24/01/2024 às 11:21

O ex-policial militar Ronnie Lessa fez um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) para fornecer detalhes sobre o caso da vereadora Marielle Franco, morta junto ao motorista Anderson Gomes em 2018. Segundo o portal “Intercept Brasil”, na colaboração, ele teria citado Domingos Brazão, conselheiro do TCE -RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro), como um dos supostos mandantes do crime.

Lessa cumpre pena desde 2019 em um presídio de segurança máxima de Campo Grande (RJ). O acordo realizado com a PF ainda precisa ser homologado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), o que indica que algum citado pelo ex-PM possui foro privilegiado, como Brazão.

Ainda de acordo com o “Intercept Brasil”, a principal hipótese para que Brazão ordenasse o assassinato de Marielle seria por vigança contra o ex-deputado estadual pelo PSOL Marcelo Freixo, hoje filiado ao PT e atual presidente da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo), pois ela trabalhou com o ex-parlamentar durante 10 anos até ser eleita vereadora, em 2016.

Antes de ser conselheiro do TCE-RJ, Brazão foi filiado ao MDB e obteve cargos de vereador e deputado estadual por cinco mandatos consecutivos. Quando atuava na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), entrou em algumas disputas sérias com Marcelo Freixo. Inclusive, Domingos chegou a ser citado, em 2008, no relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das milícias, presidida pelo então psolista.

Além disso, Marcelo Freixo teve um papel importante na Operação Cadeia Velha, deflagrada pela PF em novembro de 2017 e que levou à prisão fortes nomes do MDB como os deputados estaduais Paulo Melo, Edson Albertassi e Jorge Picciani (morto em maio de 2021).

O nome de Brazão também foi citado na delação premiada do também ex-policial militar Élcio de Queiroz, que confessou ter sido o responsável por dirigir o carro que perseguiu o veículo da vereadora Marielle Franco pelo bairro de Estácio, no centro do Rio de Janeiro.

Antes das delações, Brazão chegou a ser investigado pela DHC (Delegacia de Homicídios da Capital), pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e pela própria PF, mas nada foi efetivamente provado contra ele.