
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira, 16, que a sua relação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) está estremecida e criticou a postura política do seu ex-ministro. “Não, não está tudo certo. Eu não mando no Tarcísio. É um baita de um gestor. Politicamente, dá suas escorregadas”, disse em entrevista à Rádio Gaúcha.
A reforma tributária foi o ápice das discordâncias entre os dois. Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura de Bolsonaro e se elegeu governador como candidato do ex-presidente, apoiou a reforma desde o começo da tramitação e tentou persuadir o antigo chefe a acompanhá-lo. Pessoas próximas de Bolsonaro, como Fábio Wajngarten, passaram a fustigar Tarcíso ultimamente.
No plano da eleição municipal de 2024 em São Paulo, Bolsonaro e Tarcísio também não estão se entendendo. O ex-presidente vive um vaivém com o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), com quem tenta construir uma aliança enquanto o PL aposta em outras alternativas – como o senador Marcos Pontes (PL-SP), que chegou a ser apresentado como pré-candidato da sigla. O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que também foi ministro de Bolsonaro, voltou a citar sua pré-candidatura, mesmo que tenha que sair por outro partido – sem minar sua fidelidade ao ex-presidente.
Tarcísio tem se firmado ao lado de Nunes, que disputa o primeiro lugar nas intenções de voto com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). Os dois estiveram juntos nesta quarta, 15, na inauguração de uma nova sede da Assembleia de Deus em Belém, na zona leste da capital paulista. Além de firmar o vínculo entre os dois, o gesto é um aceno ao eleitorado evangélico, em que a esquerda tem menos inserção.