A riqueza da produção musical para além das tendências em voga por grandes gravadoras e marcas é um dos focos do investimento do Fundo Municipal de Cultura (FMC) de Anápolis, que conta com o investimento de 900 mil reais e está com inscrições abertas até o próximo dia 11 de fevereiro. Com o mecanismo de fomento, artistas anapolinos têm oportunidades de produção e difusão de seus trabalhos, além de contribuir com o desenvolvimento da música e dos músicos locais. O FMC é da Prefeitura de Anápolis, por meio da Secretaria Municipal de Integração Social, Esporte e Cultura.
“Entregar este trabalho é muito gratificante, é a vontade de projetar a música autoral anapolina para cada vez mais longe”, aposta o músico Luccas Sena, de 22 anos, já contemplado com recursos do Fundo. Ele circulou desde 2017 com a banda anapolina Velho Cerrado, de estilo ligado ao rock independente, percorrendo festivais e casas artísticas segmentados em cidades de Goiás e Rio Grande do Sul. Após um ciclo apresentando-se em grupo, Luccas segue para um novo momento em sua caminhada artística: um trabalho solo. O EP “Algumas cenas e outras coisas” tem cinco músicas e, no contexto atual da difusão fonográfica, será disponibilizado em plataformas digitais como o Spotify e Youtube.
Desde 2015, Flávio Roberto, 31 anos, tem desenvolvido interpretações de blues e soul brasileiro em mostras musicais, bares e restaurantes, dentro e fora de Anápolis. Ele conta com trabalhos autorais, mas sua maior atuação é na interpretação de temas emblemáticos nacionais e internacionais. Junto à baterista Ingrid Bahia e o baixista Lineu Lucas, tem se apresentado como Flavio Robbie Trio. Através do edital do FMC 2020, tiveram a oportunidade de apresentar um projeto, no último mês de novembro, com lives pelas redes sociais e uma oficina sobre o processo de criação do grupo. “Baseado na principal forma de difusão do trabalho musical, ampliamos uma apresentação que seria em um lugar físico para nível global, ou seja, pessoas de qualquer lugar do mundo assistiram e poderão ter acesso a estes shows temáticos”, explica Flávio.
Grupos, duplas ou artistas solo como Zé Franco, Maryzu Braga, Lauro Almeida e outros músicos conhecidos localmente já foram contemplados pelo FMC difundindo seus trabalhos. “Ninguém melhor que o artista para saber os rumos a serem tomados para que sua arte seja promissora e quando é dada a oportunidade para avançar, o ganho é de toda a comunidade e da classe cultural”, aponta a secretária de Integração Social, Esporte e Cultura, Andréa Lins. Os formatos de projetos disponibilizados para o Fundo ofereceram diferentes elementos da cadeia musical para projetar a música local, como também gerar intercâmbios com artistas vindos de outras localidades. São estes elementos os festivais, gravações de álbuns, produção de videoclipes, circulação, oficinas, entre outros.
Edital 2021
A regularidade anual do FMC tem sido mantida desde 2017 e, até 2020, acumulou o montante de mais de R$ 2,5 milhões, tendo sido entregues R$ 617 mil para o setor da música. O atual regulamento distribui R$ 900 mil para nove diferentes áreas, sendo R$ 212,5 mil para projetos de música. Para essa área, são 10 cotas entre os valores de R$ 15 mil e R$ 75 mil para circulação de bandas, festivais, por exemplo. “A mudança para as inscrições online e também a reserva de cotas para proponentes que não foram contemplados nas últimas três edições abrirá cada vez mais oportunidades para os artistas locais”, explica a diretora de Cultura, Nabyla Carneiro.