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Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro movimentou R$ 3,2 milhões em 7 meses, aponta Coaf

Publicado em atualizado em 28/07/2023 às 15:29

O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do governo responsável por combater lavagem de dinheiro e corrupção, apontou movimentações financeiras “atípicas” e “incompatíveis com o patrimônio” nas contas bancárias do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O relatório do Coaf afirma que o militar movimentou em suas contas bancárias R$ 3,2 milhões de 26 de junho de 2022 a 25 de janeiro de 2023. No resumo das transações financeiras, estão R$ 1,8 milhão em créditos e R$ 1,4 milhão em débitos.

Trata-se, de acordo com o órgão, de uma “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, atividade econômica ou a ocupação profissional e capacidade financeira do cliente”. 

Os dados foram enviados à CPMI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro. As informações foram reveladas pelo jornal O Globo e confirmadas pelo UOL, que também teve acesso ao documento.

O órgão justificou como “movimentação elevada” o envio de remessas nos valores de R$ 367.374 para os Estados Unidos em 12 de janeiro deste ano — mesmo período em que Bolsonaro estava no país. Os dois decidiram sair do Brasil antes da posse de Lula (PT)na Presidência.

Para o Coaf, a movimentação “poderia indicar tentativa de burla fiscal e/ou ocultação de patrimônio” e “ter indícios de lavagem de dinheiro”. Cid está preso desde 3 de maio, sob a suspeita de fraudar cartões de vacina para o ex-presidente e familiares. Ele também é investigado sobre o conteúdo de teor golpista encontrado no celular dele.

Apesar da prisão, o Exército decidiu manter o salário bruto de R$ 26,2 mil que, após descontos, fica R$ 17,1 mil. 

O órgão também chamou atenção para as transações entre Cid e o sargento Luis Marcos dos Reis, que trabalhava com o tenente-coronel como supervisor na área de Ajudância de Ordens da Presidência. No documento, o Coaf afirmou que Reis trabalhou diretamente com Bolsonaro desde o início do mandato até agosto de 2022, quando foi transferido para o Ministério do Turismo.