Aconteça o que acontecer daqui pra frente, o deputado federal Delegado Waldir (PSL) já entrou para história. Em duas eleições, foi o deputado federal mais bem votado do Estado. A dúvida é se agora, descolado do presidente Jair Bolsonaro, ele vai conseguir repetir o desempenho.
Waldir costuma dizer que é bom de voto mesmo antes de o tsunami bolsonarista varrer o Brasil e que não depende do presidente para renovar o seu mandato com a mesma força de quatro e oito anos atrás. Do ponto de vista numérico e cronológico, ele provavelmente tem razão. Do ponto de vista sociológico, não.
O que Waldir deve considerar é que ele – assim como Bolsonaro – foi fruto das circunstâncias que envolviam o País em determinado momento. Os brasileiros, desiludidos com Dilma, haviam acabado de tomar as ruas e ansiavam por outsiders que prometiam cadeia para os corruptos (embora o cargo não lhes desse autoridade para prender alguém).
Waldir, como Bolsonaro, foi o outsider que mlhares de goianos queriam.
Existe o risco – e, por enquanto, é apenas um risco – de que o eleitor do deputado não tenha digerido a sua decisão de se divorciar de Bolsonaro (um litígio que só a política feita em Brasília é capaz de explicar). E pode ser que, por uma questão de coerência, haja eleitor que não consiga votar em Waldir e Bolsonaro ao mesmo tempo.
O desafio do parlamentar é mostrar que não é um fenômeno apenas como o outsider de discursos duros, mas também como congressista que garante suporte aos municípios.