Juros altos e falta de política para o setor travam crescimento da indústria e do país

O programa A Indústria Tá On desta semana, que foi ao ar na segunda-feira (22/05), integrou a série de atividades alusivas ao Dia da Indústria. Com o tema Desafios para Retomada da Industrialização, discutiu os rumos do segmento, com participação do presidente da Fieg, Sandro Mabel, e do economista-chefe André Galhardo, da Análise Econômica, consultoria parceira.

Setor estratégico ao crescimento, a indústria enfrenta no Brasil dificuldades pela falta de uma política pública com objetivos claros e que garanta competitividade internacional ao que é produzido no País. Além de obstáculos associados ao Custo Brasil, ainda há a necessária atenção a temas contemporâneos, como digitalização e sustentabilidade.

De acordo com André Galhardo, o Brasil tem hoje a maior taxa real de juros do mundo, com uma concentração da concessão de crédito na casa dos 80%, estando nas mãos de cinco instituições bancárias. “Precisamos abrir horizontes. O Banco Central precisa encontrar outras ferramentas, que não seja a elevação da taxa de juros, para conter a inflação. É preciso discutir como a sociedade produtiva e de crédito brasileira está organizada nesse momento”, afirmou.

Para Sandro Mabel, o processo de industrialização não é feito apenas pelos industriais. É necessário ter uma política nacional para fomento do setor, a exemplo do que foi feito pela China quando decidiu industrializar a um custo competitivo para o mundo. “Nós produzimos todo tipo de grão aqui, todo tipo de minério. Não tem cabimento o Brasil exportar o que produz para a China industrializar. Nós temos aqui, dentro de casa, condições para industrializar nossas commodities. São coisas que estão desajustadas e o Brasil precisa encontrar o caminho para industrialização”, defendeu.

Assista à íntegra do programa A Indústria Tá On no canal do Sistema Fieg no Youtube: https://youtu.be/sWs_RPGkH08