Após derrotas no Congresso, Lula assume articulação política do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assumir o papel central nas articulações políticas do governo de agora para diante. Embora defenda o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Lula será a ponte entre o Palácio do Planalto e o Congresso.

A ordem no Planalto agora é destravar as demandas dos parlamentares com rapidez para que o governo evite derrotas para propostas nas quais tem interesse, como o Projeto de Lei 2.630/20, o PL das Fake News, cuja votação foi adiada, e o do Marco do Seneamento, cujos trechos foram derrubados pelos deputados.

Pelo novo desenho da articulação do governo, Lula cuidará da negociação e Padilha se incumbirá da execução. O presidente chegou a essa conclusão na terça-feira passada, quando foi avisado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que o atendimento às demandas dos deputados — sobretudo o preenchimento de cargos no segundo escalão do governo — estava emperrada.

Ao final do encontro, Lula deu a ordem: as barreiras serão removidas imediatamente.

“Na Câmara, estão se queixando que o governo está tardando a fazer o que combinou, como a indicação para um ministério, a nomeação de um técnico competente. Tem que fazer, pois, senão, a conta vai ficar mais alta. Acho que a coisa mais barata é cumprir o que a gente prometeu. Quando a gente abrir a boca e prometer, temos de cumprir. Se não for cumprir, não prometa. Essa é a lição. Tenho conversado com o presidente Lira. Se houver desavenças na política, tudo se acerta”, afirmou Lula, em entrevista Londres.