Brasil, 27 de novembro de 2024
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Goiás

Fieg discute desafios da indústria de alimentos e bebidas

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Com cerca de 38 mil empresas em todo o País, das quais 94% micro e pequenos negócios, a indústria de alimentos e bebidas emprega mais de 1,8 milhão de pessoas diretamente e é responsável por 83% do superávit comercial brasileiro, exportando para 190 países. Esse é o retrato de um setor pujante da economia, que, só em 2022, respondeu por US$ 51 bilhões na balança comercial brasileira. Os dados foram apresentados pelo presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos (Abia), João Dornellas, durante reunião da Câmara Setorial de Alimentos e Bebidas (Casa) da Fieg, realizada quinta-feira (13/04), na Casa da Indústria, e que discutiu os desafios do setor.

O encontro, que mobilizou conselheiros do colegiado e empresários e profissionais do segmento, foi mediado pelo presidente da Casa, Marcelo Martins, e contou com participação do vice-presidente da Fieg André Rocha, que também representa o setor sucroalcooleiro em Goiás.

Na oportunidade, João Dornellas traçou histórico dos marcos regulatórios implementados no Brasil desde os anos 2000 e que, com a parceria e participação da indústria na discussão técnica das propostas, contribuíram com o aperfeiçoamento da governança pública e promoveram inovação. “O Brasil tem se esforçado para trabalhar a questão da regulamentação de forma técnica, mas não é assim em outros países que integram o Mercosul”, explicou o presidente da Abia, ao falar sobre a questão da rotulagem em outros países, com decisões que impactam na competitividade da indústria brasileira que exporta produtos.

Dornellas analisou os principais desafios do setor, que mobilizam mais de 150 projetos regulatórios no Congresso, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Anvisa. Para ele, a simplificação regulatória, combate à fome, segurança dos alimentos, resgate da ciência e sustentabilidade são temas que precisam estar no radar de empresários e profissionais do setor para que possam não só participar das discussões, mas antecipar soluções para desafios do segmento de alimentos e bebidas.

“O Brasil tem bons instrumentos para regulamentação, mas precisamos acompanhar e estar vigilantes para não ter excessos. Precisamos combater a desinformação com informação. Hoje, 32% de tudo o que a indústria de alimentos produz no mundo é desperdiçado. É uma discussão importante, que envolve segurança alimentar e combate à fome”, ponderou Dornellas, ao falar sobre questões relativas à regulação que há para doação de alimentos e validade de produtos.

Outro ponto destacado pelo representante da Abia é a multiplicação de fake news sobre o setor. “É uma verdadeira infodemia”, disse, citando como exemplo o caso de alimentos ultraprocessados e a forma como a mídia vem tratando o assunto, sem levar informação técnica relevante ao consumidor.

Para o presidente da Casa, Marcelo Martins, os desafios das indústrias de alimentos e bebidas são muitos e é fundamental que o empresariado e profissionais do setor participem do debate das regulamentações que estão em fase de consulta pública de forma técnica e proativa. “Precisamos da colaboração de todos, atuando nessa construção, e não somente como executores depois de tudo estar definido. Precisamos levar informação, com evidências, para fazer defesa do setor.”

A opinião foi compartilhada pelo vice-presidente da Fieg André Rocha. “Só se combate preconceito com informação, e comunicação é fundamental para levar conhecimento ao consumidor. Além dos desafios regulatórios, temos também o desafio da Reforma Tributária. O dia a dia da indústria de alimentos e bebidas não é só no Mapa, mas envolve outras instituições, como Inmetro e, principalmente, Congresso Nacional”, pontuou.

Nesse sentido, a Câmara Setorial de Alimentos e Bebidas (Casa) da Fieg promoverá no dia 24 de abril seminário para discutir os impactos da Reforma Tributária no setor, com participação de representantes dos segmentos de carnes, grãos, processados e agroindústria.