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Militares usaram verba para enfrentamento da Covid no consumo de 12 mil quilos de picanha e filé

Publicado em atualizado em 04/04/2023 às 17:35

Verbas disponibilizados pelo Ministério da Saúde para o enfrentamento à Covid-19 foram gastos irregularmente pelo Ministério da Defesa e Forças Armadas ao longo da gestão de Jair Bolsonaro para a compra de itens como picanha e salgadinhos.

É o que mostra auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo a Folha de S. Paulo, a conclusão do TCU foi feita em cima da análise de R$ 15,6 milhões de despesas executadas pela pasta e pelas Forças Armadas a título de ressarcimento ao apoio logístico prestado em ações na pandemia em 2020 e 2021.

Em meio às irregularidades encontradas, o TCU destacou gastos de R$ 256 mil do Exército para adquirir “salgados típicos para serem servidos em coquetel, sorvetes e refrigerantes. Foram usadas nesses casos verbas de ressarcimento da Covid”. A avaliação dos auditores é que em decorrência da finalidade habitual e do baixo valor nutricional, os alimentos “muito provavelmente não teriam sido utilizadas para o reforço alimentar da tropa empregada na Operação Covid-19”.

“Além disso, houve compra de 12 mil quilos de cortes nobres de carne bovina (filé mignon e picanha) por R$ 447 mil, feitas por apenas duas organizações militares. O gasto, segundo o documento, representa 22% do total despendido por todas as unidades do Exército com carne bovina em geral, que foi de R$ 2 milhões adquiridos por 45 organizações militares”, ressalta a reportagem.

O TCU observa que apesar de uma norma interna do Exército autorizar a compra de cortes nobres de bovinos, a administração pública deve observar para os princípios da razoabilidade e do interesse público, além de observar o princípio da legalidade.