Brasil, 07 de outubro de 2024
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Goiás

Fieg discute protagonismo de mulheres nas relações de trabalho e mudanças da NR-5

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O Conselho Temático de Relações do Trabalho (CTRT) da Fieg, liderado pela advogada Lorena Blanco, promoveu quarta-feira (29/03), na Casa da Indústria, a primeira reunião do ano do colegiado. No encontro, realizado em parceria com a Superintendência Regional do Trabalho em Goiás, houve mesa-redonda para discutir o protagonismo feminino no mercado de trabalho e as mudanças trazidas com a alteração da NR-5 (Norma Regulamentadora), que incluiu a obrigatoriedade de medidas de combate ao assédio sexual e outras formas de violências na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (Cipa).

O evento, que contou com participação de empresários, advogados e profissionais do setor de Contabilidade e Recursos Humanos, teve como debatedoras a superintendente Regional do Trabalho, Sebastiana Batista; a procuradora-chefe da União no Estado de Goiás, Silvia Kanso; a juíza do Trabalho Wanessa Vieira; a psicóloga Maris Oliveira; a gerente do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi, Michelly Coelho; a diretora da Escola Sesi Jundiaí, Mariana Mesquita; e a engenheira de Alimentos do Senai Goiás Lydia Andrade. A mesa-redonda foi mediada pela auditora fiscal do Trabalho e chefe da Seção de Fiscalização do Trabalho da SRTb-GO, Jacqueline Carrijo.

Na oportunidade, foram discutidos os desafios para inserção da mulher no mercado de trabalho, considerando questões de vulnerabilidade social, equiparidade salarial e oportunidades de crescimento nos cargos de gestão, além de mudanças trazidas com as alterações implementadas na NR-5, no que diz respeito à prevenção e combate ao assédio moral, psicológico e sexual no ambiente de trabalho.

“Nosso objetivo é trazer ações concretas, pensando nos dois lados. O debate traz pontos relevantes, que não são restritos somente à mulher. Quanto mais informações temos, menor é a prática de omissão”, afirmou Lorena Blanco, na abertura do evento, destacando a relevância da mudança na legislação.

A juíza do trabalho Wanessa Vieira sustentou que, apesar da Constituição Federal reconhecer, desde 1988, que homens e mulheres são iguais, com mesmos direitos e deveres, na prática o que se vê são mais legislações que buscam trazer à realidade essa igualdade de gênero. “Apesar de ser uma discussão antiga, a pauta continua atual. Dados da Justiça do Trabalho mostram que, somente em 2021, foram ajuizados cerca de 52 mil processos de assédio moral e mais de 3 mil processos de assédio sexual.”

A reunião abordou também os desafios que a mulher enfrenta na sociedade, como etarismo, racismo, gordofobia, capacitismo e misoginia. A reflexão foi levantada pela psicóloga Maris Oliveira, que reforçou que saber e não agir é ainda não fazer. “A violência física é fácil de ser percebida, mas a moral, psicológica e sexual são escondidas pela vergonha à exposição. A mulher veio para somar no mercado de trabalho e pode sonhar em pilotar um avião ou um fogão, mas a escolha é dela. É preciso abrir espaço para que ela seja protagonista em sua vida.”

Nesse sentido, a colaboradora do Senai Goiás Lydia Andrade apresentou o projeto Mais Um Sem Dor, promovido pela instituição em parceria com o Ministério Público do Trabalho. Desde 2018, a iniciativa capacita e forma profissionais para um mercado de trabalho mais diverso e inclusivo, contemplando grupos de mulheres em situação de vulnerabilidade social, negras e imigrantes, pessoas em situação de rua e comunidade LGBT. “Trabalhamos com educação e a educação transforma pessoas, que transformam o mundo. Por meio da qualificação profissional, diminuímos a dor e promovemos a inclusão, trazendo ao mercado de trabalho pessoas que vivem à margem.”

A diretora do Sesi Mariana Mesquita destacou também o trabalho da instituição nessa formação, sobretudo dos jovens. “Só existe desenvolvimento quando há um compartilhamento de direitos e oportunidades. O Sesi tem uma atuação muito forte, permitindo que jovens sonhem de forma igualitária, sejam meninos ou meninas. Em nossas equipes de robótica, as meninas são incentivadas a se desenvolverem em áreas de engenharia e programação.”

A mediadora do encontro, Jacqueline Carrijo, reconheceu as ações que o Sistema S promove nessa busca pela inclusão. “São projetos magníficos! E temos vários outros exemplos nas instituições que contribuem com a aplicação da lei.”

A reunião do CTRT foi acompanhada pelos presidentes Antônio Santos (Siaeg), José Divino Arruda (Sinvest), Sarkis Curi (CIC) e Sucena Hummel (CRC-GO); pela presidente executiva do Simagran, Abadia Gomes;  pelo gerente de Recursos Humanos do Sistema Fieg, Mateus Mariano; e pela representante Cipa da instituição Lua Magalhães.