Brasil, 27 de novembro de 2024
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Goiás

Ministério do Trabalho resgata em Acreúna 139 trabalhadores em condições de escravos

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Uma operação do grupo especial de fiscalização móvel resgatou 139 trabalhadores de condições análogas às de escravo em uma fazenda de cana-de-açúcar, em Acréuna (GO).

De acordo com o Ministério do Trabalho, é o terceiro maior resgate de pessoas em um único estabelecimento nos últimos cinco anos. A informação é de Leonardo Sakamoto, colunista do portal UOL.

“Eles deixaram suas famílias para trás na expectativa de enviar algum dinheiro para casa. Mas chegando lá, viram que as promessas eram falsas e que descontos indevidos eram feitos sobre a alimentação e o transporte”, assinalou o auditor fiscal do trabalho Roberto Mendes, que coordenou a ação que terminou nesta quinta (16).

Além da Inspeção do Trabalho, a operação contou com a participação do Ministério Público do Trabalho, do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União e da Polícia Federal.

A Agropecuária Nova Gália, responsável pela Usina Nova Gália, terceirizou ilegalmente para “gatos” (contratadores de mão de obra) a responsabilidade pelos trabalhadores, segundo a fiscalização. Dessa forma, quatro pequenas empresas de prestação de serviço sem idoneidade e capacidade financeira evitaram que a beneficiária final arcasse com os custos trabalhistas.

Os trabalhadores haviam sido contratados para atuar no plantio, mas chegando lá foram colocados em atividades de limpeza do terreno, que pagam menos. Descontos ilegais eram feitos em seu salário para quitar dívidas de transporte da região Nordeste até Goiás, porém a lei obriga que esse deslocamento seja bancado pelo patrão.

De acordo com a fiscalização, após os gastos com alimentação e os descontos de passagens, alguns trabalhadores ficavam sem nada no bolso e sequer tinham condições de retornar para seus estados de origem. Parte estava endividada com o comércio local sob a supervisão dos gatos.