Goiás está sem governador em exercício desde o começo de dezembro

O estado de Goiás está sem governador em exercício desde o início de dezembro do ano passado, quando o governador Ronaldo Caiado se afastou sem pedir licença para se submeter a uma cirurgia de implantação de ponte safena no coração em São Paulo. 

Por recomendação médica, Caiado deve ficar longe da gestão e permanecer em repouso até 23 de janeiro. Ele estava na capital paulista, mas retornou a Goiás na última segunda-feira (2) e segue cumprindo a quarentena na sua fazenda em Americano do Brasil.

Em dezembro, o vice-governador era Lincoln Tejota e ,agora, Daniel Vilela, empossado no cargo no dia 1º de janeiro. Tejota não assumiu o comando da administração estadual um dia sequer, fato raro na história administrativa de Goiás – o único vice que não assumiu foi Ruy Brasil Cavalcante Júnior, que se desentendeu com o governador da época, Ary Valadão. 

Nos bastidores, comenta-se que Caiado não confiava no seu vice no primeiro mandato, razão pela qual ele não só foi solenemente ignorado ao longo da gestão, como também não conseguiu emplacar nenhum integrante dos escalões superiores do governo.

Estranhamente, Caiado repete o comportamento em relação a Tejota neste início do segundo mandato. Para não deixar o governo acéfalo, normal seria ele passar o bastão para Daniel Vilela enquanto se recupera da cirurgia cardíaca, mas preferiu não encher a bola do novo vice. Registre-se que o governador também preteriu Daniel para a coordenação da equipe de transição, confiada ao secretário-geral da Governadoria, Adriano Rocha Lima. 

É comum governadores e presidentes da República conferirem prestígio a seus vices. O ex-governador Marconi Perillo, por exemplo, abriu espaços para os vices Alcides Rodrigues e José Eliton. Agora mesmo, antes da posse, o presidente Lula entregou o comando da equipe de transição ao vice Geraldo Alckmin.

Resta saber se Daniel vai amargar a pão e água na vice-governadoria com seu antecessor Tejota.

As apostas estão abertas.