
O governador Ronaldo Caiado (UB) e o presidente Lula (PT) deram sinais de que têm disposição para trabalhar juntos, apesar de divergências políticas. Como há arestas que precisam ser aparadas, muitos políticos viram nascer um “cargo” e se apressaram em se candidatar a ele: o de “ponte” entre o Palácio das Esmeraldas e a Esplanada dos Ministérios.
Os “candidatos” à função vestem o figurino da maturidade, pregam diálogo e equilíbrio “pelo bem dos goianos”. Mas sabem que o “cargo”, embora não seja remunerado, pode lhes render gordos dividendos: acesso privilegiado aos gabinetes ministeriais, à sala do governador, e legitimidade para reivindicar quinhões mais generosos na distribuição de recursos para obras em municípios.
“Já me coloquei para contribuir nesse sentido. Nunca tive problema de diálogo com ele [Caiado]. Não será diferente agora e tenho todo interesse em ajudar o Estado de Goiás”, disse Rubens Otoni (PT), um dos primeiros a se “candidatar”.
Depois dele, apareceram, por exemplo, a deputada Adriana Accorsi (PT), o deputado Ismael Alexandrino (que inclusive faz parte da equipe de transição de Lula, em Brasília), e, nos bastidores, a deputada Flávia Morais (PDT), coordenadora da bancada goiana.
Outro que disputa a função é Delegado Waldir, que fica sem mandato a partir de janeiro. Ele é ligado a Caiado e o partido dele, presidido no plano nacional por Gilberto Kassab, já indicou nomes para compor o ministério. Isso, na visão dele, pode colocá-lo em uma posição estratégica de interlocução.
Por fim, há o goiano Olavo Noleto, que assumirá um cargo no segundo escalão no governo federal e que aposta nesse diálogo entre Lula e Caiado para, quem sabe, fortalecer o próprio projeto político.