O Banco Central do Brasil divulgou segunda-feira (21) dados atualizados do Boletim Focus. O mercado financeiro elevou as expectativas de inflação no País para o fim de 2022, de 5,82% para 5,88% e, para 2023, de 4,94% para 5,01%.
De acordo com a área econômica da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), um dos principais motivos para o aumento do indicador é a discussão da PEC da Transição. A proposta, apresentada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin na última quarta-feira (16), busca acomodar no orçamento o Auxílio Brasil, a partir do exercício financeiro de 2023.
“O mercado entende que a PEC pretende furar o teto de gastos em quase R$ 195 bilhões e isso pode aumentar a dívida pública, sem expectativa de receita, e impactar no equilíbrio dos poderes. Como consequência, poderá haver pressão sobre a inflação, aumentando a taxa de juros e reduzindo a capacidade de investimentos em produção”, explicou o assessor econômico da Fieg Cláudio Henrique Oliveira.
Já as expectativas do Produto Interno Bruto (PIB) mantiveram bom desempenho no Boletim Focus, apesar de adversidades externas. De acordo com o relatório, a previsão do PIB de 2022 subiu para 2,80%. Em 2023, o indicador também deve ter incremento, agora de 0,70%; enquanto, em 2024, o número deve alcançar a marca de 1,70%.
No âmbito da taxa básica de juros, a Selic deve se manter nos atuais 13,75% ao ano. Como efeito da elevação da inflação nos Estados Unidos e na Europa, a cotação do dólar tende a voltar a subir, com expectativa da moeda americana de encerrar o ano cotada a R$ 5,25.