“Os institutos de pesquisa ficam, os defensores da censura passam”, diz Folha de S. Paulo

Em editorial publicado nesta quinta-feira (27), o jornal Folha de S. Paulo afirma que os ataques dos eleitores bolsonaristas aos institutos de pesquisa são “insuflados pelo ânimo autoritário” de quem não quer o trânsito livre de informações no processo eleitoral.

“A iniciativa revela os traços parvos e obscurantistas daqueles que a endossam. Seus signatários, afinal, teriam de acreditar que a disparidade verificada entre os levantamentos e os resultados nas urnas atestam erro ou má-fé dos institutos. Ledo engano. Pesquisas, como deveria ser claro, medem intenção, não sufrágio. Muita coisa pode acontecer entre a resposta do eleitor na entrevista e sua decisão final diante da cabine de votação. Querer comparar os dois momentos é pressupor que ninguém muda de ideia na reta final da campanha”, diz o editoral.

A Folha de S. Paulo lembra que os institutos são alvos de ataques há 30 anos e que outras CPIs já foram criadas no Congresso Nacional para constranger as empresas que produzem levantamentos eleitorais.

“Assim como no passado, também agora os ataques se mostrarão ociosos, pois uma sociedade democrática sabe reconhecer o valor da liberdade de informação. Os institutos de pesquisa ficam, os defensores da censura passam”, completa o texto.