A Folha de S. Paulo publica, nesta quarta-feira (26), editorial em que faz duras críticas à postura das Forças Armadas nessas eleições. O jornal diz que o “objetivo dos militares nunca foi aprimorar processo eleitoral”.
“Estivessem preocupados em garantir a segurança das urnas e tranquilizar a população, bastaria divulgar o resultado da auditoria feita no primeiro turno, deixando claro que não encontraram nenhum indício de irregularidade, como parece evidente”, diz texto.
“A opção pela embromação, ao contrário, serve apenas para engrossar a campanha de descrédito que o presidente Jair Bolsonaro (PL) move incansavelmente contra o processo eleitoral, alimentando a ilusão de que algo importante possa ser revelado mais tarde”, completa.
A Folha afirma que a tática dos militares “deixa a pista livre para fabricação de teorias conspiratórias” depois do segundo turno, quando Bolsonaro, na visão do jornal, “usará qualquer coisa para contestar um eventual resultado desfavorável”.
“Haverá eleições no domingo, as urnas recolherão os votos, e o vencedor será conhecido à noite. Independentemente do resultado, a participação na farsa urdida por Bolsonaro manchará a reputação dos militares por muito tempo, como uma nódoa difícil de apagar”, emenda o editorial.