Brasil, 21 de setembro de 2024
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Goiás

Luiz Carlos do Carmo: o curioso caso do senador que não tem chance de reeleição

Publicado em atualizado em 14/01/2022 às 07:10

Um estudo sobre a história política de Goiás e do Brasil, por mais superficial que seja, vai encontrar pouquíssimos casos em que um senador no exercício tinha sequer chances mínimas de se renovar o seu mandato a um ano da eleição.

É o caso do senador Luiz Carlos do Carmo. Desconhecido pela esmagadora maioria dos goianos, Luiz Carlos chegou ao Senado graças a uma equivocada lei eleitoral que dá vida à figura do suplente na câmara alta do Congresso. Fosse pelo voto, dificilmente estaria onde está.

Luiz Carlos teve tempo para mostrar trabalho. Está no cargo desde que Ronaldo Caiado (DEM) virou governador, em janeiro de 2019. Mas não o aproveitou. Nos últimos meses, apareceu na imprensa em apenas duas ocasiões: 1) quando informou que sairia do MDB, porque o MDB não vai dar-lhe espaço para ser candidato; e 2) quando propôs uma moção de repúdio a uma jornalista da Globo (o que chamou a atenção por ser um fato bizarro, e não por ser importante).

Em vez de se ocupar com discussões que realmente importam (e não são poucas), o senador goiano dedica ao seu tempo a entabular uma pauta que só interessa à igreja que ele representa. Ou seja: uma pauta de costumes. Foi nítido o seu esforço para mostrar, por exemplo, que estava feliz com a escolha de um ministro evangélico (André Mendonça) para o Supremo Tribunal Federal (STF). Que importância isso tem para Goiás?

A tendência é a de que Luiz Carlos seja atropelado na eleição que vai decidir o seu sucessor. Pode ser que nem seja candidato. Há outros nomes mais fortes e mais bem cotados, como o ex-ministro Henrique Meirelles e o ex-reitor da PUC Goiás Wolmir Amado. Restará-lhe dar passos para trás e, quem sabe, disputar um mandato de deputado estadual ou de prefeito na cidade do seu irmão, Bela Vista.

O espaço está aberto para a manifestação do senador.