O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) usou suas redes sociais para contestar declarações do presidente da Enel Goiás, José Nunes, feitas durante audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, na última quinta-feira, 9. Nas postagens, do início da tarde desta sexta-feira, 10, Caiado diz não admitir falta de transparência nos negócios da Enel e ressaltou que a empresa não cumpriu compromisso de melhoria de fornecimento de energia no Estado.
Questionado na audiência sobre a falta de transparência em relação a uma possível venda do controle societário da empresa em Goiás, Nunes alegou necessidade de sigilo sobre o processo. Segundo o executivo, a empresa está seguindo a orientação de advogados e, por conta da assinatura de um termo de confidencialidade, não poderia antecipar tais informações. O governador respondeu ao posicionamento. “A Enel parece que ainda não entendeu que em Goiás acabou a época dos negócios por debaixo dos panos. Não vamos admitir que a empresa discuta a venda da sua concessão como distribuidora de energia elétrica no Estado sem dar a devida transparência a todo o processo”, cobrou.
Caiado também ressaltou que a Enel não cumpriu o compromisso de melhorar o serviço de fornecimento de energia elétrica, firmado em 2016, quando a Celg foi vendida, e destacou que a empresa caminha para o segundo ano consecutivo de descumprimento de metas de melhoria dos serviços da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o que pode custar a perda da concessão. “O melhor caminho é que ela desista de tentar lucrar com a operação de venda e transfira o controle. Queremos a Enel fora de Goiás”, afirmou o governador.
O governador também lembrou que foi contrário à venda da Celg para a empresa italiana desde a época em que estava no Senado. Ele classificou a operação como “operação criminosa” e afirmou que a Enel “não tem capacidade de atender os goianos como merecemos”. Além disso, também acrescentou que as deficiências no fornecimento de energia são entrave ao desenvolvimento do Estado. “É por culpa da negligência da Enel que a economia goiana não cresceu ainda mais nos últimos anos. O setor produtivo tem sido penalizado pela falta de investimentos da empresa. Não vamos admitir que a Enel saia de Goiás de fininho, sem sofrer as consequências pela falta de compromisso com nossa gente”.